2a. VIRTUDE = RISCO
O QUE ELA É: Confiante, respeitável, constante, positiva, ousada, não acomodada.
O QUE ELA FAZ: Cultiva ambiente, age positivamente, não age loucamente, reconhece os perigos, avança sem medo, segue para seu alvo.
Quando está em jogo o que ela acredita, nada impede a mulher de agir. Quer seja para proteger um filho, apoiar o esposo, ajudar um necessitado, ou até mesmo socorrer um estranho, ela está disposta a correr riscos – virtude tão recomendada no mundo atual para aqueles que são chamados a empreender ações bem-sucedidas.
Ela sabe quem é, qual a sua capacidade, a sua missão. Não despreza o estudo, a importância da preparação. Ao contrário, desde a sua posição no lar, usa toda a sua capacidade para se manter dentro de um ritmo de “aprendizagem contínua”.
Nos múltiplos papéis que exerce, como mulher, filha, esposa e profissional – parecendo ser um verdadeiro aglomerado de negócios – ela aprende, pois tem que estar sempre preparada para agir. Ela se arrisca ao novo. Pode ser um novo tem pero, um moderno produto de limpeza, um programa de computador, a nova empregada, a novo emprego do marido, a nova namorada do filho, a nova tarefa no seu trabalho – mas nada é novo para ela, pois está sempre efetuando um planejamento contínuo de como acompanhar o funcionamento de tudo.
Para administrar a ameaça da pressão de tantas responsabilidades acumuladas, a mulher virtuosa faz o acompanhamento (follow up) de tantas atividades simultâneas com uso da sua capacidade. Simultaneamente às ações práticas, exibe uma graça especial de quem sabe enfrentar tanta pressão como sendo apenas “mais um desafio” – sem temer o risco envolvido.
A MULHER DE POTIFAR x ESTER
A MULHER DE POTIFAR: correndo risco pela coisa errada
Gênesis 39:1-20; 1 Tessalonicenses 4:3-5
Risco não quer dizer arriscar-se sem medida por algo que pode causar dano. A mulher de Potifar exemplifica a ousadia temerária, louca, insana, que justifica-se como paixão, desejo, necessidade irresistível, mas que simplesmente causa danos irreparáveis, inclusive a terceiros.
Confundindo a virtude do risco do desprendimento com a ousadia da imoralidade, a mulher de Potifar destrói loucamente um relacionamento essencial do seu lar: a confiança do seu marido em José, o homem mais fiel que trabalhava para ele.
Quantos bons negócios Potifar passaria a deixar de fazer; de uma posição de descanso privilegiado dos afazeres cotidianos (Potifar havia deixado tudo nas mãos do seu escravo hebreu), este senhor egípcio retorna ao mundo diário das penosas preocupações.
A mulher de Potifar cercava José diariamente, para ter a oportunidade de consumar sua empreitada. José, da sua parte, procurava afastar-se de qualquer contato com a sua patroa – mas viu-se, por circunstâncias fora de seu controle, caindo na armadilha de vir a ser acusado de assédio.
Por falta de juízo, a mulher de Potifar transforma José, um fiel servidor, em um maníaco sexual e traidor da confiança do seu patrão.
ESTER: a rainha do tudo ou nada
Ester 3:12-15; 4:1,5-16; 7:1-6; 8:13-17
Ester corria duplo risco de morte: por ser judia, havia um decreto obtido por Hamã, o inimigo de seu povo, para exterminar todos os judeus existentes no reino de Xerxes; em segundo lugar, nem o seu privilégio de rainha lhe dava acesso direto ao rei para defender-se de tal sentença. Se buscasse invadir a sala do trono, sem ser chamada, seria morta por desacato.
O que fazer? A decisão de Ester a coloca como heroína da fé, exemplo de coragem, pois declara não temer pela própria vida e, mais do que isso: está disposta a oferecer a sua vida em troca de uma simples possibilidade de salvar o seu povo (não era uma certeza, mas um risco).
Contemplando o gesto de Ester, que diferença quando a comparamos com a mulher de Potifar! A prudência não foi deixada de lado, ainda que a ação de Ester fosse ousada, impetuosa, e com real possibilidade de se transformar num fracasso e sacrifício inútil. Em lugar de se intrometer indevidamente nos negócios do reino, ela oferece um banquete ao rei – e para este evento convida, também hamã, aquele que quer exterminar todos os judeus da face da terra.
Revelando do fundo do seu coração o que a angustia, ela derrama-se em ternura oferecendo ao rei um banquete, pois confia na força de seu intenso amor para tocar o coração do soberao.
Que preciosa virtude: o amor da mulher que corre riscos! E a sua recompensada é declarada: “e para os judeus brilhou a luz da felicidade, da alegria e da vitória”.
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