9a. VIRTUDE = FLEXIBILIDADE
13 – Está sempre ocupada, fazendo roupas de lã e de linho.
19 – Ela prepara fios de lã e de linho para tecer as suas próprias roupas.
22 – Faz cobertas e usa roupas de linho e de outros tecidos finos.
24 – Ela faz roupas e cintos para vender aos comerciantes.
O QUE ELA É: Objetiva e proativa, flexível e habilidosa, simples e elegante, autoconfiante e de bom senso.
O QUE ELA FAZ: Busca alternativas e dá continuidade, divide em etapas e realiza multitarefas, simplifica e alcança meta.
Ao falar de tecidos e roupas, temos em mente que aquela mulher realizava em sua casa uma tarefa típica das atribuições de uma esposa da época: produzir vestimentas para o marido e os filhos: tecer seus próprios vestidos e, também, fabricar peças que pudessem ser vendidas ou trocadas no mercado. Por isso, precisava ser flexível na escolha dos fios (lã e linho) bem como navariedade de peças que precisava produzir ( vestidos, túnicas, mantas, etc).
Para cumprir com excelência estas tarefas, o seu critério de serviço era uma busca constante de meios necessário para tecer as peças.
È interessante que os dois elementos principais citados (lã e linho) trazem à esta análise pelas suas características, alguns elementos que nos ajudam a entender esta virtude da flexibilidade.
Primeiro, a brancura da lã nos fala da clareza, da qualidade de expressar-se com simplicidade, uma ação prática de não complicar as coisas.
Por outro lado, em segundo lugar, a simplicidade das suas ações não significa a falta de elaboração e criatividade no que ela produzia. O linho simboliza esta qualidade, pois era uma fibra trançada, obtida após esmigalhar a fibra vegetal original, seca-la e tingi-la na cor desejada quando se tramasse o tecido.
Em resumo, a flexibilidade daquela mulher exigia a combinação de simplicidade e engenhosidade. Era um trabalho que só poderia ser feito com prazer.
De operária passa a ser artista. Com a flexibilidade de trabalhar com as mãos para esmiuçar a fibra ela transporta-se para o universo das cores e das formas, para levar ao mercado um produto que será admirado, desejado, e que priduzirá lucros e elogios.
A SIRO FENÍCIA x MICAL
A SIRO FENÍCIA: a mulher das migalhas de pão
Marcos 7:25-30
Aquela mãe desesperada está pronta para o que “der e vier”. Tendo ouvido falar de Jesus, um mestre judeu milagroso, ela se intromete no meio da multidão, mesmo diante de uma tarefa quase impossível.
Ela faz um tremendo esforço para vencer as limitações que tem pela frente: 1 – Era mulher, e não poderia falar com uma rabi, um mestre; 2 – Era estrangeira, não poderia reinvindicar qualquer benefício destinado ao povo judeu; 3 – Era provavelmente, idólatra, pois o seu povo adorava Astartéia, deusa da guerra e do amor.
Aquela mulher era desprezada pelos judeus – e um mestre como Jesus precisava externar este julgamento para ela. Foi esse motivo cultural e religioso que levou Jesus a dizer: “Não está certo tirar o pão dos filhos e joga-lo para os cachorros”.
Quando Jesus falou desse modo, não estava se dirigindo à mulher, mas aos judeus que estavam à sua volta. Era como se ele dissesse àquela mulher desesperada: “A minha lei, religião e os meus costumes me impedem de ajudar você, a quem consideram menos do que a um cão. Portanto, me dê um bom argumento para ajuda-la”.
Para nós isto parece chocante, mas Jesus estava cercado de inimigos querendo um motivo para acusa-lo. Se ele ajudasse alguém desprezível aos olhos da lei de Moisés, logo seria acusado de estar desrespeitando a lei judaica.
Neste ponto, a reação da mulher é surpreendente. Sabendo que a necessidade da sua filha é maior do que o seu orgulho, não toma a repreensão de Jesus por ofensa. Ao contrário, até admite que, perante a lei dos judeus, ela nada merece, mas apela para o argumento maior que é a misericórdia: “Mas, Senhor, até mesmo os cachorrinhos que ficam debaixo da mesa comem as migalhas de pão que as crianças deixam cair”.
Que flexibilidade e sabedoria! Ela chama Jesus de Senhor, reconhecendo ter Ele autoridade para julgar que ela não possuía direitos, mas apela para o Seu corção amoroso, pedindo migalhas do que sobrasse.
Aquela mulher libera-se de tudo que poderia embaraçar a sua ação e direciona as forças para produzir o resultado que precisava: a cura da sua filha. Ao chegar em casa, sua filha estava totalmente liberta e curada.
MICAL: a mulher princesa que desprezou um rei
2 Samuel 6:12-23
A casa de Saul não era um ambiente religioso propício para que Mical entendesse a importância da fé judaica. Saul, seu pai e rei de Israel, hava sido desobediente a Deus e estava debaixo de uma condenação profética de Samuel, o profeta que o havia ungido rei por ordem de Deus. Para Mical, louvor e adoração ao Deus de Israel era um assunto estranho.
Quando a arca de Deus é recuperada das mãos dos filisteus, isto se torna um motivo de enorme alegria no coração de Davi, pois a presença de Deus estava retornando à nação. A sua escolha como rei, em lugar de Saul, estava recebendo em selo especial da aprovação divina: a ida da arca para Jerusalém. Daí a sua euforia, que extravasava na forma de um cântico e dança enquanto a arca enra na cidade.
Para Mical, as vestes simples e humilhantes de Davi não são entendidas como um gesto de humildade e adoração. Mical conhecia apenas a atitude arrogante e de auto-exaltação de seu pai, Saul. Ela desconhecia que adorar e louvar a Deus implica em nos colocarmos em uma posição de humildade diante do Criador. Ela não era flexível o suficiente para entender a alegria de Davi e o humilha com o seu comentário: “Que bela figura fez hoje o rei de Israel! Parecia em sem-vergonha, mostrando o corpo para as empregadas dos seus funcionários!”.
Mical poderia ter cooperado e se alegrado com o que a volta da arca significava. Mas ela era rígida, fechada em sua própria experiência e concepção do que era ser uma princesa.
A alegria de Davi era de tal magnitude, que ele extravasou tudo o que podia. Provavelmente ele exagerou, mas Mical foi na direção oposta, sendo totalmente fria e insensível em relação à grandeza daquele acontecimento.
Pela sua atitude inflexível, Mical seguirá o destino de ser infrutífera, estéril, não oferecendo um herdeiro ao trono de Davi.
Mical poderia ter sido bem sucedida, mas jogou fora seu futuro de rainha, pois não soube ser flexível diante de uma situação que não compreendia, que desconhecia o verdadeiro valor e significado.
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